Novo disco de Bruno Monteiro e João Paulo Santos

Freitas Branco, Ravel, Villa-Lobos: Violin Sonatas

Luís de Freitas Branco (1890-1955)
Sonata nº 1 for Violin and Piano
1. Andantino
2. Allegretto giocoso
3. Adagio molto
4. Allegro con fuoco

Maurice Ravel (1875-1937)
Sonata nº 2 for Violin and Piano in G Major
5. Allegretto
6. Blues (Moderato)
7. Perpetuum mobile (Allegro)

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
Sonata nº 2 for Violin and Piano Fantasia
8. Allegro vivace scherzando
9. Adagio non troppo
10. Molto animato e final

Com um vasto repertório de Bach a Corigliano e mais de uma dezena de gravações, o violinista Bruno Monteiro (Porto, 1977) acaba de lançar um novo álbum, ocasião em que explora um trio de sonatas de Luís de Freitas Branco, Ravel e Heitor Villa-Lobos.

Acompanhado pelo pianista João Paulo Santos num programa interpretado de forma torrencial e com muita panache, Monteiro inicia o empreendimento com a primeira sonata composta por Freitas Branco aos 17 anos de idade.

Em recitais e gravações, Monteiro e Santos são cúmplices de longa data e o seu entendimento foi ganhando asas, sendo notório o labor de concertação entre os dois solistas. Muito precoce e durante uma adolescência fecunda em termos de criação, já Freitas Branco tinha escrito canções, a sinfonia dramática “Manfred” e o poema sinfónico “Antero de Quental”.

Por se libertar de padrões tradicionais, a sua primeira sonata não foi apreciada pelos ouvidos mais conservadores e académicos da época, sendo tentador pensar como o seu espírito inovador importunou um ambiente de muita letargia que quase poderia ser aquele abrangido pela expressão mais tarde criada por Fernando Pessoa para caracterizar uma “Oligarquia das Bestas”. Os estudiosos e os ouvintes atentos escutam nesta admirável obra de juventude “uma adição constante de elementos novos que contribuem para uma música infinita, não-repetitiva, em perpétuo devir”. Muitos matizes e profundidade expressiva na interpretação das segundas sonatas de Ravel e Villa-Lobos, o músico brasileiro que também enfrentou a indiferença, em 1914, para com a sua peça considerada em Paris como desprovida de novidades explosivas.

“Mulher com Vaso de Flores” é a reprodução de uma pintura de August Macke escolhida para a capa desta bela gravação, apta a satisfazer os mais exigentes “gourmets” de música de câmara.

Fonte: Ana Rocha / Jornal Expresso

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Bruno Monteiro
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