“A Sagração da Primavera” no Teatro-Cine de Torres Vedras

No âmbito da “Temporada Darcos 2022”, o Teatro-Cine de Torres Vedras acolhe no próximo dia 5 de fevereiro um espetáculo com a direção musical de Nuno Côrte-Real e a assinatura dos coreógrafos Cláudia Martins e Rafael Carriço.

5 FEV   |  21H30 | Teatro-Cine de Torres Vedras
Av. Ten. Valadim 19, 2560-336 Torres Vedras


Na primeira parte deste espetáculo será interpretada a obra Rock (de Nuno Côrte-Real) pela Orquestra do Atlântico, bem como a obra L’aprés-midi d’ un Faune (de Claude Debussy), por esta orquestra e pela Vortice Dance Company; já a segunda parte do espetáculo será dedicada à célebre obra de Igor Stravinsky A Sagração da Primavera, a qual será também interpretada pelas referidas orquestra e companhia de dança.

No espetáculo A Sagração da Primavera integrado na “Temporada Darcos”, o qual conta com a direção musical de Nuno Côrte-Real e a assinatura dos coreógrafos Cláudia Martins e Rafael Carriço, abordar-se-á a referida obra de Stravinsky à luz de uma nova era tecnológica, em que as linguagens da dança, da videografia, do videomapping e da música se mesclam, numa experiência sensorial avassaladora. Nessa inovadora abordagem ritualizar-se-ão os medos, as vontades, os desejos e os corpos, num intenso jogo de luz, dança, música e imagem. Nela, a ação desenvolve-se numa analogia direta com a velocidade das primaveras de hoje, onde a Dança do Sacrifício final se desmultiplica no tempo e no espaço. 

Recorde-se que A Sagração da Primavera, obra estreada em 1913 em Paris, é uma das obras mais marcantes da cultura ocidental. De um lado, a música de Stravinsky, explosiva rutura com os cânones da composição da época, tendo, contudo, na base, canções populares lituanas, o que confere uma unidade idiomática nem sempre percetível. Do outro, a inovadora coreografia de Nijinsky para os Ballets Russes, contrariando as dramaturgias convencionais, em movimentos de uma intensidade física e emocional sem paralelo. Dividida em duas partes (A Adoração da Terra e O Grande Sacrifício), a obra A Sagração da Primavera narra a história de um ritual tribal onde uma jovem deve ser sacrificada, como oferenda ao deus da Primavera.

Curiosamente, a estreia de Nijinsky no campo da coreografia ocorrera um ano antes, em 1912, com a obra Prélude à l’après-midi d’un Faune, concebida pelo compositor Claude Debussy, a qual se baseou num poema homónimo de Stéphane Mallarmé. Para muitos, o início do Modernismo musical, esta é a obra mais famosa de Debussy, que a escreveu entre 1891 e 1894. A mesma é, como já referido anteriormente, interpretada na primeira parte do espetáculo A Sagração da Primavera da “Temporada Darcos”.

O preço dos bilhetes para se assistir a este espetáculo no Teatro-Cine de Torres Vedras é de cinco euros. De referir que o mesmo foi apresentado no dia 29 de janeiro no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha e terá ainda uma terceira apresentação, no dia 23 de fevereiro, no Coliseu de Lisboa.

De recordar que a “Temporada Darcos” constitui-se como uma iniciativa singular no panorama musical nacional na qual se divulga a música clássica segundo as suas diversas abordagens e matizes estilísticas, sendo dirigida pelo compositor e maestro torriense Nuno Côrte-Real. Os espetáculos desta temporada são na sua maioria interpretados pelo grupo Ensemble Darcos, um dos mais prestigiados grupos de música de câmara portugueses da atualidade, o qual é dirigido também por Nuno Côrte-Real e apresenta uma formação que varia consoante o programa de concerto. De realçar que têm participado na “Temporada Darcos” aclamados solistas e orquestras nacionais e internacionais, bem como proeminentes figuras do panorama musical nacional como comentadores. Sendo coorganizada pela Câmara Municipal de Torres Vedras e pela Darcos – Associação Cultural, a “Temporada Darcos” tem como ponto de partida o concelho de Torres Vedras e mais especificamente o Teatro-Cine de Torres Vedras. Em 2022 tem a sua 15.ª edição.

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Nuno Côrte-Real
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