Lançamento do livro “Chão de Canela” de Olinda Beja, no âmbito da comemoração dos seus 30 anos de carreira literária.
Apresentação por Inocência Mata
18 NOV | 18h00 | Centro Cultural Cabo Verde
Rua de São Bento, nº 640 – Lisboa
Entrada Livre
A Editorial Novembro, e autora Olinda Beja, o CCCV – Centro Cultural de Cabo Verde e a Embaixada de Cabo Verde em Portugal convidam a todas e todos para o lançamento do livro “Chão de Canela”, no âmbito da comemoração dos 30 anos de carreira literária, dedicados à literatura, à diáspora lusófona e a São Tomé e Príncipe, da escritora Olinda Beja.
A apresentação estará a cargo da Sra. Doutora Inocência Mata.
SINOPSE
O idioleto poético de Olinda Beja
Mais um livro em que a autora de Bô Tendê? (1991) – um seminal livro sobre o mesticismo insular (sim, com e, eventualmente para celebrar o que se pode considerar uma mística mestiçagem ou um misticismo mestiço) – deixa impressa o seu idioleto poético: uma poética feita de mineração da palavra, mas em conjugação com a estética do sensorial, de que resulta um discurso em que prevalece a sua sensibilidade pessoal na relação com o mundo insular. Essa sensibilidade ancora-se na memória sensorial, a que a autora (poetisa e ficcionista) nos habitou, desde títulos que nos remetem para os sentidos: visão (No País do Tchiloli ou O Cruzeiro do Sul), audição (Bô Tendê? ou Quebra-Mar), olfato (Pé-de-Perfume ou Aromas de Cajamanga), tato ( Pingos de Chuva ou À Sombra do Oká) e paladar (Chá do Príncipe e Um Grão de Café), enquanto este último, Chão de Canela – um coletânea de dezassete narrativas em diálogo com poemas de livros anteriores, a convocar a historicidade do percurso da escritora) – parece ser a síntese sinestésica dessa ontologia do subjectivo na obra de Olinda Beja.
Inocência Mata (FLUL/CEComp)
BIOGRAFIA
Olinda Beja nasceu em Guadalupe (S. Tomé e Príncipe). Estudou em Portugal, mas, um dia, resolveu voltar à sua bela ilha e, a partir de então, tem assumido o papel de Embaixadora da Cultura Santomense.
Divide o seu tempo entre os dois países e corre o mundo a falar das Ilhas.
Escreve livros, conta e canta histórias sempre que o seu coração lhe
pede.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português-Francês) pela Universidade do Porto e pela Universidade Aberta em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Foi professora do ensino secundário em Portugal e de Língua e Cultura Portuguesas (e lusófonas) na Suíça.
Dedicou-se à escrita desde muito jovem, publicando: Bô Tendê? (poemas); Leve, Leve (poemas); 15 Dias de Regresso (romance); No País do Tchiloli (poemas); A Pedra de Villa Nova (romance); Pingos de Chuva (conto); Quebra-Mar (poemas); A Ilha de Izunari (ficção); Água Crioula (poemas); Pé-de-perfume (contos); Aromas de Cajamanga (Poemas); O Cruzeiro do Sul (poemas); Histórias da Gravana (contos, obra finalista, em 2011, no grande prémio PT Literatura); A Casa do Pastor (contos), Um Grão de Café (conto infanto-juvenil – faz parte do Plano Nacional de Leitura), À Sombra do Oká (poemas); Tomé Bombom (conto juvenil); Chá do Príncipe (contos); Simão Balalão (conto infantojuvenil).
Com o livro À Sombra do Oká recebeu em S. Tomé e Príncipe o Prémio Literário Francisco José Tenreiro 2012-2013.
Poeta, romancista, contadora de histórias, Olinda Beja tem divulgado, através de conferências e recitais de poesia, a cultura de S. Tomé e Príncipe por vários países, nomeadamente Brasil, Austrália, Timor, Marrocos, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Cabo Verde…
Tem trabalhos publicados na Alemanha (Universidade de Frankfurt e Universidade de Berlim) sobre a língua materna de S. Tomé, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didáticos dos Ministérios Português e Francês da Educação, em várias antologias dos mais diversos países, salientando-se a antologia publicada em junho de 2015 em Buenos Aires (Argentina) e cujo título “Ligarás tu corazon com el mio” é um verso de um poema do livro “À Sombra do Oká”.
Tem poemas e contos traduzidos para espanhol, francês, inglês, árabe, chinês (mandarim) e esperanto.