“Em nome da Terra”, Festival Literário – Aldeia de Melo – Gouveia
de 2 a 6 de outubro
A 3.ª edição do Festival Literário “Em Nome da Terra” está de regresso à aldeia de Melo, contando com a presença de mais de quatro dezenas de destacados convidados em áreas como literatura, ilustração, fotografia, cinema, teatro e música.
Um programa desenvolvido a partir do legado literário e da componente interartística da escrita de Vergílio Ferreira, que marca de forma ímpar a aldeia de Melo, e que promete convocar público de todas as idades através de um programa diversificado, pensado para promover o diálogo entre livros e leitores através de conversas com escritores, visitas de autores e ilustradores às escolas, formação para docentes, mediação de leitura para pais, apresentação de livros, exposições, horas de conto e de canto, oficinas de ilustração, música, cinema e performances literárias.
Conquistar novos públicos para a literatura e promover a leitura e a escrita gerando momentos de proximidade entre leitores e escritores foi o caminho iniciado em 2022 pelo “Em Nome da Terra” e que este ano ganha um novo fôlego com uma presença reforçada de convidados. Lídia Jorge e Teolinda Gersão são duas das autoras que marcarão presença nesta edição, a par de nomes como Afonso Cruz, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, José Gardeazabal, Luis Osório, Madalena Sá Fernandes, Maíra Zenun, Maria Francisca Gama e Tatiana Salem, entre muitos outros.
Programa completo em https://emnomedaterra.pt/o-festival/programa-2024/
Organização: Município de Gouveia
Autoria, curadoria e produção: Papa-Livros Livraria; Adélia Carvalho
Design gráfico e animação: Cátia Vidinhas
Este ano a música marcará presença com o espetáculo “Jangada de Pedra” de Teresa Salgueiro, inspirado na obra homónima de José Saramago, e que terá lugar no sábado à noite na Praça Vergílio Ferreira. Um repertório escolhido de Portugal, Espanha e de diferentes destinos da América Latina, onde serão apresentados temas inéditos para poemas de José Saramago, Sebastião da Gama, António Galla ou António Machado, bem como músicas originais que irão integrar um próximo disco e arranjos para temas de autores consagrados de Portugal, Espanha e América Latina.
“Em Nome da Terra” afirma-se como um evento único desenvolvido a partir das idiossincrasias da aldeia de Melo e do seu valioso património material e imaterial, com especial destaque para as suas gentes. O envolvimento da comunidade local é assim entendido como parte integrante do ADN do festival que este ano mantém esta aposta, traduzida uma vez mais no envolvimento de alunos de todas as idades, desde o pré-escolar ao secundário.
Professores e educadores serão também uma vez mais convocados para uma ação de formação creditada que abordará temas como a capacidade imagética da escrita poética, o valor da mediação da leitura, a escrita disfuncional e o poder da palavra, entre outros de igual pertinência para a carreira docente.
Este ano o envolvimento da comunidade local ganha uma presença reforçada na programação do festival, com uma sessão protagonizada por três escritoras de diferentes gerações – Rita Sineiro, Raquel Patriarca e Olinda Beja – especialmente dedicada à comunidade sénior local e uma exposição de fotografia que presta homenagem à bravura das dezenas de homens e mulheres que integram a corporação de Bombeiros Voluntários de Melo e assumem, diariamente, a missão de proteger a sua aldeia, a sua serra e as suas gentes!
Fotografados por Rita Cortesão com os livros dos autores que marcam presença nesta 3.ª edição do festival “Em nome a Terra”, os Bombeiros Voluntários de Melo protagonizam, assim, uma série de imagens que evidenciam o espírito de missão, comunidade e amor ao próximo que todos os dias os move, e exaltam a ligação ímpar da aldeia de Melo à literatura… tornando visível o tanto que no quotidiano desta aldeia arde sem se ver… Da exposição resultará um calendário literário, cujas vendas reverterão a favor desta corporação.
“Aqui estou. Na casa grande e deserta. Para sempre.”, Vergílio Ferreira in “Para Sempre”
Esta edição é também uma carta ao futuro desta aldeia de boa memória que este ano reforça o compromisso de continuar a inspirar e a juntar leitores e escritores… para sempre!
Já considerada por muitos como a mais literária aldeia de Portugal, a aldeia de Melo passa, a partir de agora, a ter uma casa com o nome de Vergílio Ferreira, que abrirá, pela primeira vez, as portas no segundo dia do Festival. Referida com frequência na literatura e nas obras de Vergílio, a Vila Josephine, também conhecida pela “casa amarela”, passará assim a ser designada como a “Casa de Vergílio Ferreira – Para Sempre”. Um espaço dedicado à vida e arte literária do autor, projetado para a criação de experiências que tornem a escrita e o pensamento de Vergílio relevantes para os visitantes, comprometendo-os de forma emocional e afetiva.
O segundo andar da “Casa Para Sempre” será integralmente ocupado por uma Residência Artística permanente, dedicada à celebração da componente interartística da escrita vergiliana que, além de privilegiar o diálogo entre música e pintura, reflete também, sobre a escultura, o desenho satírico, a fotografia, o teatro, o cinema e, obviamente, sobre a própria literatura. A programação deste “lugar literário” conta com a curadoria dos autores Adélia Carvalho e Valter Hugo Mãe, que partilham do entusiasmo pela obra de Vergílio e o deslumbramento pela aldeia em que este nasceu e à qual ninguém fica indiferente: “Que magnífico lugar. Que terras, as de Gouveia, onde tudo ainda guarda grandeza e esplendor. Onde cada pessoa parece também poder agigantar para ser tão profunda de pensamento e tão dotada de sentir que tudo nos convence de haver espírito em toda a matéria. Nada fica ausente. Pousamos os pés na pura consciência do Mundo.”, Valter Hugo Mãe in “Aldeia de Melo, rubrica “Cidadania Impura”, Notícias Magazine 31/10/2023.
Com a Casa Vergílio Ferreira – Para Sempre, enquanto polo dinamizador e centro do Roteiro Literário Vergiliano, e com o Festival Literário Em Nome da Terra, o Município de Gouveia cria uma “marca” que transforma a aldeia de Melo e a sua paisagem envolvente num “lugar literário” de excelência, colocando-a nos caminhos do turismo literário e cultural nacional e internacional, como afirma Luís Manuel Tadeu Marques, Presidente da Câmara Municipal de Gouveia: “O Festival Literário “Em Nome da Terra” continuará a ser um ponto alto na promoção da aldeia de Melo como destino turístico, literário e cultural, durante todo o ano.”