“Arturo Ui? Hoje? Aqui?” Bertolt Brecht escreveu A Resistível Ascensão de Arturo Ui (1941) no contexto da escalada do nazismo na Alemanha. O encenador Bruno Martins leva à cena esta parábola num tempo de degradação dos valores morais e do discurso político. Brecht traça um paralelo entre as ascensões do protagonista ao mundo da máfia americana e de Hitler, a coberto da retórica e da alienação coletiva. “É precisamente pelas coisas sérias que a sátira se interessa”, dizia. As estratégias são antigas, os seus instrumentos diversificam-se. Nesta adaptação, Ui e o seu gangue são um espelho da violência, xenofobia e intolerância que infetam os nossos mundos físico e virtual. A Ascensão de Arturo Ui revela-se pertinente face à atual reconfiguração do sistema político português. De forma subtil pergunta: e se toda a ação da peça acontecesse na nossa casa da democracia?
DE BERTOLT BRECHT
DRAMATURGIA E ENCENAÇÃO BRUNO MARTINS
TRADUÇÃO JOSÉ MARIA VIEIRA MENDES
CENOGRAFIA E FIGURINOS CATARINA BARROS
DESENHO DE LUZ VALTER ALVES
SONOPLASTIA PEDRO SOUSA
ASSISTÊNCIA DE ENCENAÇÃO CLÁUDIA BERKELEY
PRODUÇÃO EXECUTIVA RAQUEL PASSOS
INTERPRETAÇÃO DIANA SÁ, EDUARDO BREDA, GONÇALO FONSECA, LUÍSA GUERRA, PEDRO COUTO, VALDEMAR SANTOS
COPRODUÇÃO TEATRO DA DIDASCÁLIA, CASA DAS ARTES DE VILA NOVA DE FAMALICÃO, TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO
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