Luís Tinoco [1969, Lisboa] formou-se em composição na Escola Superior de Música de Lisboa. Mais tarde, no Reino Unido, fez um Mestrado em Composição na Royal Academy of Music, em Londres, com o apoio do Centro Nacional de Cultura e Fundação Calouste Gulbenkian, e doutorou-se pela Universidade de York. 

Combina a sua atividade de compositor com o ensino, exercendo funções docentes na Escola Superior de Música de Lisboa.

Desde 2016 é Associate of the Royal Academy of Music (ARAM).
Enquanto programador e divulgador musical, destaca-se a sua colaboração com a Antena 2 da RTP como autor e produtor de programas radiofónicos e como diretor artístico do Prémio e Festival Jovens Músicos.

Como compositor, desempenhou o cargo de Compositor Residente no Teatro Nacional de S. Carlos nas temporadas de 2016-2017 e 2017-2018. Em 2017 foi também Artista Associado da Casa da Música e em 2019 foi Compositor Associado da Banda Sinfónica Portuguesa. 

O seu catálogo inclui obras vocais e música de cena como “Search Songs” (2007) – para soprano e orquestra, com textos de Alexander Search; “From the Depth of Distance” (2008) – para soprano e orquestra, com textos de Walt Whitman e Álvaro de Campos; “Evil Machines” (2008) – uma fantasia musical com libreto e encenação do Monty Python Terry Jones; “Paint Me” (2010) – uma ópera de câmara com libreto de Stephen Plaice e encenação de Rui Horta; “Passeios do Sonhador Solitário” (2011) – uma cantata com libreto de Almeida Faria; e “Lídia” (2014) – um bailado com coreografia de Paulo Ribeiro, encomendado pela Companhia Nacional de Bailado (CNB).

Entre as suas composições orquestrais destacam-se “Cercle Intérieur” (2012) – estreada pela Orquestra Filarmónica da Radio France na Cité de La Musique em Paris; “Concerto para Trompa” (2013) – estreado no 45th International Horn Symposium (Memphis, EUA); “FrisLand” (2014) – estreada pela Orquestra Sinfónica de Seattle no Benaroya Hall da cidade de Seattle; “Incipit” (2015), para orquestra sinfónica – composta para celebrar os 450 anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro e estreada pela Orquestra Sinfónica Brasileira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro; “O Sotaque Azul das Águas” (2015), co-encomendada pela Orquestra Gulbenkian e pela Orquestra Sinfónica Estadual de São Paulo (OSESP) e estreada no Auditório Gulbenkian; “Concerto de Violoncelo” (2016-17) estreado por Filipe Quaresma (solista) e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, no Teatro Municipal de Almada; “O Caminho de Teseu” (2017-18), estreado por Alberto Roque (saxofone) e a Orquestra de Sopros da ESML;  “Cassini – para orquestra sinfónica” (2018), estreada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, no CCB; “Entre Silêncios – Concerto para Clarinete e Orquestra” (2019), estreado por Horácio Ferreira (solista) e a Orquestra Gulbenkian; e “Kokyuu – Concerto para Saxofone e Orquestra” (2020), estreado por João Pedro Silva (solista) e a Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Projetos realizados em 2020 incluíram a já citada composição de “Kokyuu – Concerto de Saxofone”, no Grande Auditório do CCB; e, ainda, a estreia de mais duas composições de câmara: “Spiralling” (2020) para três percussionistas – estreada no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim pelo agrupamento Drumming GP; e “Dos Ramos à Raiz” (2020) para clarinete e quarteto de cordas, inspirada em poesia de Ruy Belo e estreada por Carlos Alves (clarinete) e o João Roiz Ensemble no Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco.

No Verão de 2018 editou “The Blue Voice of the Water” (Odradek records), um CD monográfico incluindo quatro composições interpretadas pelas orquestras sinfónicas de Seattle, Gulbenkian, Porto Casa da Música e Sinfónica Portuguesa, dirigidas por Ludovic Morlot, Susanna Mälkki, Martin André e Pedro Neves. Este CD foi nomeado para os ICMA – International Classical Music Awards 2019, na categoria “música contemporânea”.

Também em 2018 foram editadas as peças “Invenção Sobre Paisagem” – no CD “O Estado da Nação”, ed. Remix Ensemble / Casa da Música; e “The Delirium of My Desire”, num CD da flautista Ana Maria Ribeiro, ed. ArtWay. 

Para além da atividade docente na ESML, Luís Tinoco coordena também desde 2018 os workshops jovens compositores nos Estúdios Victor Córdon / CNB / TNSC; e, a convite da Fundação Gulbenkian, coordenou entre dezembro de 2018 e Julho 2019 o workshop de composição ENOA (European Network of Opera Academies)

No final de 2019 foi lançado o seu mais recente CD monográfico – Archipelago (Odradek records), incluindo sete obras interpretadas pelo Grupo de Percussão Drumming e com a participação do Quarteto de Cordas de Matosinhos. Ainda no final desse ano, no Centro Cultural de Belém, o DSCH Shostakovich Ensemble distinguiu Tinoco com o Prémio Shostakovich Ensemble de Composição num concerto que incluiu a estreia de Alepo – para violino, clarinete e piano.   

Já em 2020, foi também distinguido com o Prémio Play / Música Erudita, pelo álbum “Archipelago”, e com o Prémio de Excelência / Reconhecimento de Atividades com Relevância na Comunidade – na área das Artes, atribuído pelo Instituto Politécnico de Lisboa.

A música de Luís Tinoco é publicada no Reino Unido pela University of York Music Press e está disponível em CDs monográficos gravados pela Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica de Seattle, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Ensemble Lontano e Drumming GP.

Outras peças de câmara estão disponíveis em gravações comerciais pelos agrupamentos Arditti String Quartet, Apollo Saxophone Quartet, QuadQuartet, Quarteto Vintage, Galliard Ensemble, Le Nouvel Ensemble Moderne, Remix Ensemble, Sond’Ar-te Electric Ensemble; Royal Scottish Academy Brass, Orquestra de Jazz de Matosinhos, Pedro Carneiro, Ana Maria Ribeiro, Víctor Pereira e Vítor Pinho.

Em Agosto de 2021, irá gravar “Alepo e Outros Silêncios” – título do seu novo trabalho discográfico focado em cinco obras de câmara, com lançamento previsto para o início de 2022.

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