O escritor Jacinto Lucas Pires venceu a edição deste ano do Prémio John dos Passos, pelo seu romance “Oração a que Faltam Joelhos” (2020), atribuído pela Secretaria Regional do Turismo e Cultura da Madeira, através do Centro Cultural John Dos Passos.
O prémio, no valor pecuniário de 7.500 euros, visa premiar, este ano, obras de ficção de língua portuguesa, publicadas em território nacional, no biénio anterior à atribuição do galardão. A esta edição, concorreram 45 obras nas modalidades de prosa de ficção, romance ou antologia de contos.
O júri foi presidido por Bernardo de Vasconcelos, coordenador do Centro Cultural John dos Passos, em Ponta do Sol, na ilha da Madeira.
“Oração a que Faltam Joelhos” foi publicado em setembro do ano passado e sucedeu a “A Gargalhada de Augusto Reis” (2018). Segundo a Porto Editora, que chancela a obra, “Oração a que Faltam Joelhos” apresenta “as reflexões interiores de Kate Souza — uma filha de emigrantes portugueses nos Estados Unidos –, os seus anseios e preces”.
Jacinto Lucas Pires, 47 anos, já foi distinguido com outros galardões, designadamente o Prémio Europa — David Mourão-Ferreira, da Universidade de Bari e do Instituto Camões, em 2008, e o Grande Prémio de Literatura DST, em 2013, pelo romance “O Verdadeiro Ator”.
Lucas Pires é autor de romances, contos, peças de teatro, filmes, música. Além de “Oração a que Faltam Joelhos”, no ano passado publicou também “Canto da Europa”, na coleção do Teatro Nacional D. Maria II. Realizou o filme “Triplo A” e faz parte da banda Os Quais, que editou o álbum “Geral”, em 2019. Como autor faz parte da companhia teatral Ninguém.
Este ano publicou o livro de contos “Doutor Doente”, pela Húmus.
O Prémio John Dos Passos foi inicialmente promovido numa parceria entre Câmara Municipal de Ponta do Sol e a antiga Direção Regional dos Assuntos Culturais da Madeira, através da Biblioteca John Dos Passos.
Teve apenas três edições que premiaram “O Acidente”, de Mário Cabral, “História Contemporânea de Portugal. Do 25 de Abril à Actualidade”, de António José Telo, e “Jesusalém”, de Mia Couto.
Foi retomado em 2019 pela Secretaria Regional do Turismo e Cultura, através da Direção Regional de Cultura e do Centro Cultural John Dos Passos, por se considerar que “importa levar mais longe a memória e a obra do escritor John Dos Passos”, incentivando, em simultâneo, “a produção literária e a investigação histórico-literária”.
Desde então foi premiado “O Século dos Prodígios — A Ciência no Portugal da Expansão”, de Onésimo Teotónio Almeida, a que sucede, agora, o romance de Jacinto Lucas Pires.